Trigo: mercado reage a novos ataques na Ucrânia e clima adverso nos EUA
Chuvas excessivas no norte da França e na Alemanha prejudicaram a qualidade dos grãos

As condições climáticas desfavoráveis na Europa impactam a safra de trigo e abrem espaço para a Rússia aumentar sua participação no mercado global. Chuvas excessivas no norte da França e na Alemanha prejudicaram a qualidade dos grãos, limitando a oferta de trigo para exportação. De acordo com analistas, a safra europeia pode sofrer uma redução de até 4 milhões de toneladas em relação ao projetado inicialmente. “Os problemas climáticos na colheita fizeram com que parte do trigo perdesse qualidade para moagem e fosse direcionado à alimentação animal”, explicou um consultor de mercado.
Enquanto isso, a Rússia segue com uma safra robusta e preços competitivos. A produção russa deve alcançar 91 milhões de toneladas em 2024, consolidando o país como o maior exportador global. Recentemente, Moscou reduziu tarifas de exportação para atrair mais compradores internacionais.
Os preços internacionais refletem esse cenário. O trigo europeu ganhou prêmio devido à menor disponibilidade, enquanto o trigo russo mantém cotações mais baixas e segue conquistando mercado no Norte da África e no Oriente Médio.
Nos Estados Unidos, a produção também sofreu com o clima seco, especialmente nas regiões produtoras de trigo de primavera. O USDA revisou para baixo a estimativa da safra norte-americana, o que pode favorecer a valorização do trigo no médio prazo.
O cenário global segue volátil, e os próximos meses serão decisivos para os preços. Com menor oferta na Europa e produção elevada na Rússia, os importadores analisam oportunidades, enquanto produtores em diferentes países buscam estratégias para se manterem competitivos.